Esta técnica é habitualmente realizada com recurso a uma ansa metálica, com a qual se laça o pólipo. Este é, então, cortado com ou sem auxílio de corrente eléctrica, dependendo das características do pólipo (nomeadamente tamanho e forma) - Figuras 1 a 3.
Figuras 1 a 3 - Polipectomia - O pólipo é laçado com uma ansa metálica e depois retirado com o auxílio de corrente eléctrica que corta e simultaneamente coagula os pequenos vasos, ficando uma pequena cicatriz.
Pólipos com dimensões muito reduzidas poderão ser removidos com uma pinça de biopsias.
Por vezes, dependendo das características do pólipo, podem ser associadas outras técnicas à polipectomia para diminuir o risco de complicações (por exemplo, a aplicação de um clipe ou injecção de solução salina na base de um pedículo de um pólipo para diminuir o risco de hemorragia).
Pólipos de maiores dimensões ou com formas especiais podem necessitar de outras técnicas para a sua remoção (ver mucosectomia e dissecção da submucosa)
Note que o revestimento da parede do intestino não tem sensibilidade ao corte ou à queimadura, pelo que o acto de polipectomia não causa dor.
Habitualmente, os pólipos retirados são examinados ao microscópico por um patologista, que determina qual o tipo de pólipo retirado. Esta análise é importante para determinar o melhor intervalo de vigilância antes da próxima colonoscopia ou a necessidade de tratamentos subsequentes.
Por vezes, quando um pólipo atinge determinadas dimensões ou tem uma forma menos típica, o endoscopista poderá marcar o local de onde retirou o pólipo com a injeção de pequenas quantidades de tinta da China estéril ou carbono negro na parede do intestino (tatuagem endoscópica). Isto facilita a identificação do local de onde foi retirado o pólipo em exames subsequentes ou durante uma cirurgia, se necessária.
Visto que os pólipos podem surgir em qualquer parte do tubo digestivo, a preparação para a polipectomia depende da abordagem endoscópica (ver endoscopia digestiva alta, enteroscopia e colonoscopia).
Visto que é um procedimento terapêutico, com risco de hemorragia, é necessária a suspensão prévia de medicamentos que alterem a coagulação do sangue, como antiagregantes e anticoagulantes. Deve, no entanto, falar com o seu médico assistente antes de suspender estes fármacos.
Se o procedimento for realizado sob anestesia, podem ser necessários alguns exames prévios (análises, telerradiografia do tórax e eletrocardiograma) e a realização de uma consulta de Anestesiologia.
Contraindicações
Para além das contraindicações da via endoscópica (ver endoscopia digestiva alta, colonoscopia e enteroscopia), também existem algumas contraindicações relacionadas com o risco hemorrágico do procedimento. Assim, geralmente, pessoas com alterações não corrigidas da coagulação ou que estejam medicadas com certos antiagregantes ou anticoagulantes e que não os tenham suspendido antes do procedimento não deverão ser submetidas a polipectomia endoscópica (após discussão do risco/benefício com o seu médico assistente).As principais complicações (ainda que não muito frequentes) de uma polipectomia são a hemorragia e a perfuração.
A hemorragia pode ser imediata ou ocorrer vários dias após o procedimento. Habitualmente, cessa espontaneamente; se persistente, pode ser geralmente tratada com métodos endoscópicos.
As perfurações são raras e podem necessitar de cirurgia.
A síndrome pós-polipectomia é uma complicação pouco frequente da polipectomia. Caracteriza-se pelo aparecimento de dor abdominal, febre, sinais inflamatórios nas análises, mas ausência de perfuração do tubo digestivo. Esta complicação ocorre após a realização de polipectomia realizada com corrente eléctrica. Pode necessitar de internamento para vigilância, mas a terapêutica é habitualmente conservadora, sem necessidade de cirurgia.